terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O Homem na Dança

 Está matéria vem para falar sobre a importância da figura masculina na dança e logo de inicio ressaltar o grande preconceito que o universo da dança sofre do próprio publico masculino quanto a sua prática, devido ao triste estereótipo de que todo bailarino ou dançarino é ou tem tendências homossexuais. Como professor de educação física, professor de artes marciais e estudante de Ballet Clássico, já escutei comentários do tipo “Bailarino! Isso não é coisa de homem!”, ou coisas como “Eu, no máximo, sou dançarino! Porque vou para a boate dançar”. E outros tantos comentários, que além de absurdos são completamente preconceituosos. Vamos começar por definir os termos: o que é um dançarino e o que é um bailarino. Grosso modo, não existe muita diferença entre um ou outro, se procurarmos no dicionário, que diz ser bailarino o homem que dança por profissão e dançarino, aquele que dança por ofício; ou seja, a mesma coisa. Porém, segundo alguns autores de trabalhos acadêmicos, a definição de dançarino, é qualquer pessoa que dance, e bailarino é aquele que, além de dançar, possui qualidades e aptidões que o distingue dos demais na forma de um artista, sendo capaz de dançar obras coreogáficas. Mesmo que se determine uma diferença significativa entre quem dança ballet (obra coreográfica) e quem dança livremente, isso não mudaria a importância que o homem tem dentro de todos os estilos de dança e, tampouco, afeta ou influencia a masculinidade do seu praticante. Na história da dança, a figura masculina foi protagonista por um longo período da antiguidade, onde os homens interpretavam papéis importantes em danças cerimoniosas, guerreiras, religiosas e profanas. Porém, na idade média, foi instituída uma rigorosa divisão de classes sociais, que resultou na divisão da dança em quatro principais categorias: as campestres, de artesãos, burguesas (ou eróticas), e as da corte (nobreza); e foi esta última que fez nascer o ballet. Daí por diante, as classes nobres da Europa passaram a apreciar o ballet em casamentos e comemorações que fossem realizadas pela corte, até que o Rei Luís XIV (Rei Sol) mandou que construíssem a primeira Academia Real de Dança da Europa. Por volta do século XIX, com a magnífica habilidade de dançar sobre as pontas, as bailarinas, mulheres, tomaram por absoluto o cenário da dança. O homem, então, torna-se coadjuvante, servindo praticamente apenas como pouters (suporte) para as mulheres. Nos dias de hoje, os homens voltam a tomar força nos palcos dos principais teatros e das grandes companhias de ballet, assumindo grandes papéis em peças e espetáculos, o que, porém, ainda não é o suficiente para a reversão do preconceito. Mesmo dentro das salas de aulas de Dança de Salão, onde a rejeição do público masculino é bem menor, ainda é muito comum encontrar mulheres dançando com mulheres, por falta de cavalheiros para fazerem os pares. Para quem não sabe, as danças acadêmicas e suas derivações como a Dança Moderna, o Jazz ou até mesmo a própria Dança de Salão são construídas em cima de bases didáticas e posturas hierárquicas, onde o respeito e a dedicação são princípios importantíssimos, e a busca da perfeição é feita através de muito estudo e muita, mas muita repetição. O que, aliás, é o tipo de trabalho que não é qualquer um que agüenta! Tem que ser muito homem pra ser bailarino. E é claro eu não posso deixar de falar da importância que a dança, seja ela qual for, tem para a saúde do corpo e bem estar do seu praticante, melhorando seu equilíbrio, tonificando suas musculaturas, dando-lhe melhor postura, resistência cardiorrespiratória e circulatória, musicalidade, coordenação motora, consciência corporal, força, flexibilidade, agilidade, desenvolvendo o trabalho em equipe, a expressividade corporal e melhorando seu intelecto artístico e cultural.
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Postado por: Ederson Porto

2 comentários:

  1. É muito bom ter um espaço on-line onde se possa publicar e ler boas matérias sobre arte, corpo e saúde. Esperamos poder ver mais publicações das diferentes ramificações da arte neste blog.

    Fica ai um convite para que todos os sócios fundadores da Cia. Vida publiquem e comente sobre suas diferentes vertentes artísticas.

    Ederson Porto, sócio fundador da Cia. Vida de Teatro e Dança.

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